domingo, 30 de outubro de 2011

30 de outubro de 2011

Oi, Sam...

Estou ensaiando para te escrever há algum tempo. Faço uns rabiscos num papel qualquer, escrevo umas linhas numa página em branco, penso em outras tantas que eu poderia te dizer... Quando volto ao que escrevi, percebo que as palavras estão embaralhadas, se perdendo umas nas outras, misturadas, confundindo-se na própria confusão. E você deve pensar “Como assim? Não faz sentido!”. Será que não faz mesmo?

Talvez eu esteja realmente tresloucada, perdi (definitivamente!) o juízo ou estou procurando sentido onde não se pode achar. É, é possível que você esteja certa e que não tem mesmo razão essa confusão toda... Mas será? Então você me explica, Sam, quando achar oportuno, como eu poderia concatenar ideias relativamente coerentes sobre o que estou sentindo? As palavras se misturam porque sentem o meu desejo de me misturar em você, se perdem nas linhas da folha que rabisco por perceber minha vontade de me perder no seu mundo, se confundem por querer que também se confundam nossas almas, nossos corpos, nossas vidas.

E aí eu fico assim perdida, confusa, embaralhada, desordenada, sem noção do tempo, do espaço, do sono. Fico aqui pensando e sorrindo, lembrando e sofrendo, queimando e gelando, ardendo, suspirando, procurando o ar, procurando você, procurando entender alguma coisa do pouco que sobrou de mim, tentando organizar ideias, tentando dizer alguma coisa que me faça calar, que te faça falar, que justifique a ausência de tudo que não é você em mim.

As palavras continuam a se misturar por aqui, você pode perceber. Ainda sentem a minha vontade de mergulhar de vez e sem saída no teu olhar e ainda comungam de cada um dos meus devaneios. E, de repente, elas já fazem parte dessa insensatez, já agem por si e dizem o que desejam. Vê, Sam? Consegue sentir? Elas te querem, te chamam, pedem permissão... tentam te tocar assim como eu tento. Lê?

C.

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