S.
Posso passar horas escrevendo sobre todas as sensações que você já me causou em tão pouco tempo. Todos os arrepios na alma, os calafrios incontidos na espinha, a perda do sentido da realidade que seu cheiro me causa e até as dores na alma que a lembrança da nossa linda história me faz sentir. Poderia mesmo escrever páginas e páginas, mas seria demasiado chato para você ficar lendo essas coisas.
E o que me resta a dizer, então? O que me resta a sentir além desse vazio que toma conta de mim toda vez que viro as costas? O que fazer com todas as outras vozes que não quero ouvir? Como esconder a repulsa por outras mãos me tocando que não as suas? Em que olhar posso me perder quando você não puder me olhar? Quem mais, alem de você, pra me abraçar e fazer o tempo parar por alguns segundos?
E porque responder? É retórico, não? Eu sei que já não preciso sentir nada que não venha de você. Sei que a sede que sinto só seus lábios poderão saciar. E que todas as sensações supremas não farão em mim efeito algum se você não estiver lá para compartilhar.
Mas sei também que pode não ser a mesma coisa pra você, Sam. E, se assim for, não me diga a verdade... Não me conte nada. Minta pra mim uma única vez. Me diga que só meu são os seus lábios. Que só as minhas mãos a sua procura. Que só meu abraço te causa tremores e arrepios. Diz que sente minha falta (o tempo todo). Que me quer pra sempre na sua vida e que vai se casar comigo amanhã.
Sempre, C.
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