sexta-feira, 7 de outubro de 2011

7 de outubro de 2011

Querida C.

Sabe quando, quase brincando, você me falou dos pontos de energia e da energia que se concentra e que, vez ou outra, quebra as regras e nos faz ferver? Eu não esqueci.
O silêncio das cartas, cortado por uma canção antiga, me fez procurar seus olhos e outra vez, aquela dor na alma por não poder partir, ir ao seu encontro, ou simplesmente te falar de coisas que passei a sentir. “Acho que estou gostando de alguém...”
Um último acorde e outra vez a carta.
Cada milímetro do meu corpo (de sangue, alma e quase febre) treme, vibra e teme num descompasso ensaiado pelo prazer e pelo medo. E pulsa e pulsa e pulsa... É música.
Você nada diz, nada ouve, nem sente. Alheia, rabisca os próximos sonhos, a próxima carta que não vai escrever.
Ai você vem me pede para ir junto, sabe que eu não poderia ficar. Então toco sua mão e outra vez o som, o ritmo, a dança, tudo cabe num piscar de olhos, é só respirar fundo e sentir a música.

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