segunda-feira, 3 de setembro de 2012

03 de setembro de 2012


Sam,

Alguns minutos pra te falar sobre o que eu tenho feito em cada momento do meu dia desde a última vez que pude segurar suas mãos. Bem aqui nessa cama, que agora carrega comigo o peso de dias vazios e noites silenciosas, fechei os olhos, mergulhei minhas mãos em seus cabelos e guardei em mim o doce sabor de ter você por perto.
E desde então me mantive assim. Olhos fechados, coração apertado, você por toda parte. Passo os dias pintando de saudade as paredes ao meu redor, tatuando em mim as lembranças dos nossos momentos e cuspindo poesia no ventilador.
Sei que já faz tempo que te escrevi e o meu silêncio deve ter muitos significados para você, imagino que sim. Mas não vou atribuir nenhuma culpa a você ou a mim, isso não é mais necessário agora.
(Por que sempre chove quando falo com você?)
Mais uma carta pra você, Sam. E agora, como em outros momentos, mais uma tentativa de te entregar um pedaço de mim dentro de um envelope. Ou talvez, e também, uma maneira de dizer que estou aqui, que te leio, que te sinto. Enfim... não sei qual parte de mim vai agora junto com essas palavras. Nem sei se ainda é possível te oferecer algo que já não seja seu. Também não sei mais o que escrever.

Estou com saudades.
E essa frase deveria aparecer logo abaixo do seu nome...

Com amor,
C.

domingo, 2 de setembro de 2012

02 de setembro de 2012

Olá C.


Quase sem querer, começo escrevendo essas linhas. Parece que o mundo parou, agora que percebi caneta e papel em branco nas mãos. Continuo ainda sem saber o que fazer, mas como tudo ao meu redor, essa página, essa tinta azul escorregando em letras nada arredondadas, me levam ao teu nome.
Vagarosamente, deixo que se derramem as mais doces lembranças do teu jeito, do teu sorriso, da forma como ajeita teu cabelo, da tua pele, dos teus olhos... Por um instante te vejo e, como em tantas outras vezes, teu perfume invade a casa me deixando tonta.
Rabisco o papel em volta, ensaiando o que dizer, caso essa presença dilacerante se torne real. E aqui estou eu perdida entre árvores, nuvens, estrelas, corações e nenhuma frase de efeito, com olhos estatelados no vazio onde você deveria estar, atravessando paredes, girando relógio, contradizendo toda lógica, projetando toda mágica na tentativa de te alcançar.
Em vão.
Fim de tarde, beijos guardados, desejos rabiscados, papel amassado e mais uma carta que você nem chegará a ler.

Saudades,
Sam.