terça-feira, 25 de outubro de 2011

25 de outubro de 2011

Sam,

Depois de algum tempo em silêncio, meu coração não aguentou mais. Minha mente está atordoada e a cabeça não pára. Qualquer lugar que olho, não enxergo nada. Não falo, não ouço, não toco. Só sinto. Preciso te dizer alguma coisa... qualquer coisa. Preciso parar de sangrar. Preciso voltar a respirar. Preciso de você.

Hoje eu poderia falar de olhos, mãos, tremor, êxtase. Poderia te dizer, mais uma vez, como é bom te ver, como é bom cada segundo com você ao meu lado. Poderia continuar aqui deitada rememorando a textura da tua pele, sua mão tocando a minha, sua voz que me chega tão suave. Mas não vou fazer nada disso. Toda recordação sua só vai me fazer lembrar que você não está aqui comigo, que você não é minha...

Por isso agora me calo. Hoje você não vai saber sobre dor na alma, pontos energéticos ou sonhos ousados. Não vou sequer comentar do meu desejo de te enlaçar num abraço infinitamente terno e te beijar delicadamente os lábios. Não te direi de todas as vezes que controlei o impulso de te levar do mundo e te prender em mim. Também não vou falar da falta que você faz o tempo todo, nem do vento que insiste em trazer seu perfume até aqui. E não vou falar do meu coração, de como ele grita, desesperado, o seu nome.

Não vou falar nada disso aqui e agora.

Mas eu ainda preciso te dizer alguma coisa. Qualquer coisa...

C.

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