domingo, 9 de outubro de 2011

9 de outubro de 2011

Querida C.


Prometi para mim mesma que não escreveria mais hoje, ao menos ia tentar parar de gritar aqui dentro, mas precisava te contar que acabei de ver o filme que me indicou. É que acabei percebendo um “buraco” também em mim.
Ele não foi feito por balas em meio à uma guerra, mas por um tiro de arma poderosa que, além de me arrancar pedaços, me paralisou os sentidos: Não ter você.
A metáfora da moeda também cairia bem, mas agora prefiro olhar apenas para um dos lados. O lado em que meus olhos refletem a luz dos teus, apesar dos quilômetros que insistem em permanecer entre nós.
Enquanto assistia as cartas dos mocinhos sendo, deliciosamente, vividas na falta impar que um fazia ao outro, encontrava sempre um lugar para teu rosto e para as tuas, tão bem traçadas, linhas escritas e descritas. E de novo aquela falta, aquele desespero sôfrego de não te ter aqui para me ver chorar feito boba, naquela cena que eu sei que você mais gostou.
Então me sinto sangrar. E sabe qual a única coisa que me vem à cabeça antes de tudo escurecer? Você.
Pode parecer estranho, pode ser loucura, posso estar sendo ridícula, mas volto sim às cartas, te sinto perto, te sinto aqui. Te faço entender sempre mais quem sou ou como estou, já que tuas pernas não se embaraçavam nas minhas enquanto mantive meus olhos fixos naquela história de amor provável, possível e cheia de dor.
Mas é isso. Sinto que estou um tanto mais sensível que de costume e mantenho ainda os cílios encharcados, mas eu precisava aparecer no meio dessas linhas só para te dizer que não importa onde você esteja, vou sempre te alcançar. Vou estar no lugar que você precisar que eu esteja.

Com carinho,
Sam.


2 comentários:

Sam disse...

... mesmo que esse lugar seja longe.

Cust disse...

longe de qualquer coisa, menos de mim. ;)