quarta-feira, 26 de outubro de 2011

26 de outubro de 2011

Digo sim, Sam. Tudo que você quiser.

Mas o que eu poderia te falar agora? Nem todas as palavras – das mais doces às mais estúpidas – poderiam definir o que sinto. Todo o mistério do infinito é pouco para se comparar com esse sentimento que tanto grita e permanece calado. E ainda que eu falasse a língua dos anjos, ela não seria capaz de traduzir de forma transparente meus sonhos, alucinações, delírios, ou seja lá como chamam isso hoje em dia.

E você ainda precisa de mais de mim, Sam? Como, se cada respiração minha já te pertence? Como, se meu pensamento não me obedece mais, só a você (e só há você)? Cada gotícula de suor que sai dos meus poros é tua. Meu desejo não deseja outra coisa que não seja roubar todo o teu ar e te dar o meu, sob forma de hálito quente. E está tudo aqui: a música, a sapatilha e o balé... Pode vir buscar.


C.

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