terça-feira, 27 de dezembro de 2011

28 de dezembro de 2011

C.,

De nada adianta agora imagens de quartos vazios e tão cheios de nós e nossas tintas azuis. Asas de borboletas, flores de todas as cores, chuva de estrelas, tudo em vão.

Em noites como essas, em que o frio toca a pela quase como a ausência de um abraço e a escuridão da noite me faz entender que nem o mais alto dos meus voos vai me fazer te alcançar, encontro espaço suficiente para sua falta no horizonte que parte daqui da minha janela.

Te sinto em cada volta sem curvas, lá, no mais distante dos meus olhos, no menor pontinho brilhando no céu e em todo o resto que existe entre os meus cílios e os teus. E poderia ser o universo inteiro, ainda assim te saberia lá.

Mas dói. Dói e tira o sentido das cores, dos sons.

Descobri que já não adianta te procurar em outras faces na rua, e confundir teu sorriso com constelações só tem me feito morrer um pouquinho mais cada vez que anoitece.  Por isso mais uma carta. E ela vai outra vez de falar de saudade, da falta que você faz, das lembranças de cada detalhe teu que insiste em povoar meus sentidos e vai levar em cada letrinha um pedaço de mim.

E você vai sentir, eu sei.


Explodindo de saudade, Sam.

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