segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

27 de dezembro de 2011

Sam,

Estava me sentindo tão tola olhando pra essa folha em branco sem conseguir articular as ideias, que quase desisti de te escrever estas linhas. Pensei em começar pelo final, assinar meu nome sem falar absolutamente nada; pensei em apenas dizer que sinto sua falta; pensei em deixar meu silêncio te falar tudo que grita em mim. Eu não poderia fazer muitas coisas agora, mas poderia sair correndo e gritando seu nome até te encontrar ou continuar aqui paralisada revivendo nossas lembranças. Poderia ir dormir e esperar meu sonho te trazer pra mais perto.
Eu poderia te escrever uma carta... te dizer tudo. Você saberia de tudo e acabaria com as dúvidas que, eu sei, rondam sua cabecinha de borboleta. Eu te diria de novo tudo o que você já sabe só por imaginar que as borboletinhas têm efeito bem mais agradável em outros lugares. Te contaria tudo que você nunca pensou em saber, o que nunca imaginou perguntar. Me faria do avesso só pra você.
Aí você entenderia que o meu silêncio de agora é falta, é dor. Não a dor habitual, aquela que a gente imagina que vai passar logo, aquela que nos faz escrever cartas doces e tristes, misturar prosa e poesia. Essa dor queima, cala e cega. É a dor de perceber que não te ter por perto é como andar sem chão, viver sem rumo, sonhar sem futuro.
E agora, olhando pra esse papel, mesmo depois de letras tortas, rabiscos borrados e sonhos despejados, me sinto estranha, tonta... tola. Talvez como nunca tenha me sentido antes, mas disso você já sabe.

Com muito amor,
C.

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