Ei,
Sam
Passei
o dia todo pensando numa forma de te dizer alguma coisa. Me libertar da
angústia de um silêncio que passei a desconhecer depois de descobrir como é bom
te fazer me entender um pouco mais e de uma maneira tão unicamente nossa.
Poderia ter sido uma música, uma poesia, uma historinha. Mas aqui estou eu...
papel, caneta e a sensação de reviver, um a um, nossos tantos momentos em cada
palavra rabiscada.
E
sabe quando, quase brincando, eu te falei sobre pontos energéticos? Parece que
foi ontem, não? E mesmo depois de olhar pra trás e ver que o tempo passou;
mesmo entre tantas angústias e com toda magia que existe em tudo que de alguma
forma nos toca, você ainda queima em mim, pulsa em cada pedacinho meu. E aí
aquela sensação de que o resto do mundo é pequeno demais diante do que a gente
se tornou.
Enfim...
Era isso que me sufocava quando disquei seu número de madrugada. Foi isso que estava
engasgado e que foi deliberadamente resumido num “eu te amo” quase inaudível.
Queria
te entregar esse papel bem do jeito que o vejo agora, com palavras rabiscadas
nas margens, tudo aparentemente sem sentido — nossas entrelinhas. Colocaria num
envelope com desenhos de corações e enrolado num laço vermelho, mas você ia
achar brega demais, não? :p
Melhor
não. Deixo aqui no nosso cantinho e espero que chegue logo até você.
Com
muito amor e muita breguice,
C.
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