segunda-feira, 19 de março de 2012

19 de março de 2012

C.

Tuas mãos ainda deslizam sobre a minha pele, teus olhos ainda ferem minha retina com as palavras mais doces que você ainda não conseguiu dizer e tudo isso dói, dói como uma lembrança distante.
Uma falta que não cessa, uma saudade que não passa e tua voz repetindo um milhão de vezes “fica!”. Não havia no mundo lugar em que eu quisesse estar. Era em você a minha casa.
Teu corpo me cantava versos, tua respiração ditava o ritmo e por tais “frações de eternidade”, não havia nenhum mundo lá fora.  Éramos apenas nós num plano perfeitamente sonhado. O quarto cheio do cheiro dos nossos corpos embriagados, as sombras das folhas nos fazendo companhia através do vidro, o silencio, as luzes, o beijo, o toque...
Deitada aqui, fecho os olhos e volto a estar ao teu lado. A cama parece girar... Os arrepios sinalizam teu toque e, outra vez, consigo sentir teus beijos, mais que isso, teus lábios quentes percorrem as curvas se impregnando de gosto, de fome, de sede. Eu quero ficar, te deixo ficar e ali, imóvel, sou tua.
Não quero abrir os olhos. Ainda sinto teu cheiro, o sabor do teu sexo ainda alimenta meus delírios mais absurdos...  Toco teu rosto sob os reflexos de uma noite que nunca mais vai acabar e desenho teus lábios em beijos intermináveis... Tenho suspirado mais que conseguido respirar.
Abro os olhos, enfim. Acho que tenho uma lágrima. Mas você esteve aqui e coube direitinho entre meus braços.

Apaixonadamente, Sam.

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